sábado, 31 de março de 2007

Coma com sabedoria


Os rabinos judeus há séculos atribuem à comida um significado cósmico e adotam o conceito do leve/pesado em vez do gordo/magro. Para eles, não é improvável que uma pessoa obesa seja "pesada" em vários sentidos e não só na balança. "A dieta não serve para ficar mais magro, mas sim para ficar mais leve", afirma o rabino Nilton Bonder no livro A Dieta do Rabino - A Cabala da Comida.
Na prática, comer com discernimento não significa abrir mão dos prazeres da boa mesa, mas usar o equilíbrio toda vez que fazemos o prato ou abrimos a geladeira. É ter consciência do que estamos querendo: matar a fome e a sede ou compensar frustrações e afogar mágoas? É bom também comer sem pressa, saboreando cada garfada. "Engolir" a comida aumenta a ansiedade e a tensão. Uma dieta saudável inclui frutas, verduras, legumes, sucos e cereais integrais. Moderação é recomendável quando se trata de doces, bebidas alcoólicas e carnes vermelhas, frituras, refrigerantes, salgadinhos e alimentos industrializados. Ao optar por produtos frescos, pode-se até abrir mão de equipamentos como freezer e forno de microondas: bastam o fogão e a geladeira, como antigamente.

Filme de José de Abreu conta a história do povo judeu


O ator José de Abreu, que se converteu ao judaísmo em 1973, está produzindo o longa metragem chamado “Tzedacá: Uma Carta para o Futuro”, que retrata a história do povo judeu, principalmente dos descendentes do hoje município de Quatro Irmãos. O projeto, orçado em R$ 2 milhões, deverá ter repercussão internacional pela grandiosidade de seu tema. Abreu também está gravando a segunda etapa da série “Amazônia”, da Rede Globo.

Cidade quer retirar cidadania alemã de Hitler


Os parlamentares de um distrito alemão que concedeu a Adolf Hitler a cidadania alemã há 75 anos querem retirar o benefício do ditador nazista. Eles têm esperança que a revogação da cidadania trará redenção à cidade de Braunschweig, que, segundo eles, têm sido erroneamente culpada por ter reconhecido Hitler como um servidor municipal em 26 de fevereiro de 1932, segundo o jornal inglês The Times. A declaração fez com que Hitler, nascido na Áustria, fosse considerado alemão, o que permitiu que ele concorresse nas eleições presidenciais algumas semanas depois. "A cidade continua sendo rotulada como o lugar que ajudou Hitler a obter sua cidadania alemã".

ONU estuda condenação ao Irã

A condenação seria pela captura de 15 militares britânicos pelo Irã na sexta-feira passada, e exigência de que o Governo de Teerã liberte-os imediatamente. O Conselho de Segurança estuda a adoção de uma declaração de condenação depois que o regime iraniano voltou atrás em sua promessa de libertar a única mulher detida.

Israel: possível prevenção para o câncer

Pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências de Israel identificaram vários genes que intervêm no processo que impede a divisão das células, o que pode prevenir o câncer, caracterizado pela reprodução celular sem limite. A descoberta foi feita por uma equipe integrada por médicos, biólogos, físicos, matemáticos e técnicos em computação. A identificação dos genes que interrompem a subdivisão nas células normais permitirá, no futuro, "reparar" o sistema de freio e, em conseqüência, evitar a reprodução descontrolada das células cancerosas. Os detalhes da pesquisa foram divulgados no site da revista "Nature Genetics".

domingo, 11 de março de 2007

Guerra gera "boom" de bebês em Israel

O Canal 10 de Televisão israelense citou estatísticas da principal organização de saúde israelense, mostrando que o número de mulheres que estão no quinto, sexto ou sétimo mês de gravidez aumentou 35% em relação às cifras de um ano atrás. A conclusão é que o conflito entre Israel e a guerrilha libanesa do Hezbollah ocasionou um `boom` de nascimentos no Estado Judeu. O aumento da atividade sexual depois de uma guerra é uma reafirmação da vida. O mesmo fato aconteceu após a guerra dos Seis Dias (1967) e de Iom Kipur (1973).

Israel lança soldado-robô


Uma companhia de equipamentos militares de Israel revelou um robô portátil capaz de ingressar em zonas de combate perigosas. A máquina é equipada com uma pistola automática e granadas. O VIPeR, do tamanho de uma televisão pequena, foi inventado como parte dos esforços de Israel para desenvolver armamentos que reduzam riscos a seus soldados em combates corpo a corpo contra militantes palestinos ou do grupo libanês Hezbollah.

A fabricante da máquina, Elbit Systems, disse que o tamanho reduzido do VIPeR e suas esteiras duplas permitem que o robô se locomova por escadas, escombros, corredores escuros, cavernas ou túneis estreitos. Além de funções de detector e de desarmamento de bombas, o VIPeR pode transportar uma pistola automática ou plantar uma granada. As armas podem ser guiadas por uma câmera de vídeo embutida no robô.

Segundo a Elbit, que tem relacionamento próximo com o Ministério de Defesa, Israel planeja usar o VIPeR em suas unidades de infantaria após testes de campo. O robô também pode interessar forças policiais de outros países ou tropas dos Estados Unidos no Iraque e Afeganistão.

sexta-feira, 9 de março de 2007

A mulher e o Islã

A lista de horrores já soa, a esta altura, familiar. Meninas proibidas de ir à escola e condenadas ao analfabetismo. Mulheres impedidas de trabalhar e de andar pelas ruas sozinhas. Milhares de viúvas que, sem poder ganhar seu sustento, dependem de esmolas ou simplesmente passam fome. Mulheres com os dedos decepados por pintar as unhas. Casadas, solteiras, velhas ou moças que sejam suspeitas de transgressões - e tudo o que compõe a vida normal é visto como transgressão - são espancadas ou executadas. E por toda parte aquelas imagens que já se tornaram um símbolo: grupos de figuras idênticas, sem forma e sem rosto, cobertas da cabeça aos pés nas suas túnicas - as burqas. Quando o Afeganistão entrou no noticiário por aninhar os terroristas que bombardearam o World Trade Center e o Pentágono, essas cenas de mulheres tratadas como animais voltaram a espantar o Ocidente. Elas viviam em regime de submissão absoluta havia muito tempo, mas a situação ficou ainda pior desde que a milícia Talibã tomou o poder no país há 11 anos.

O cenário de Idade Média não era uma prerrogativa afegã. Trata-se de uma avenida permanentemente aberta aos regimes islâmicos que desejem interpretar os ensinamentos do Corão a ferro e fogo. A isso se dá o nome de fundamentalismo. Há países de islamismo mais flexível, como o Egito, e outros de um rigor extremo, como a Arábia Saudita. Para o pensamento ortodoxo muçulmano, a mulher vale menos do que o homem, explica Leila Ahmed, especialista em estudos da mulher e do Oriente Próximo da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. "Um 'infiel' pode se converter e se livrar da inferioridade que o separa dos 'fiéis'. Já a inferioridade da mulher é imutável", escreveu Leila num ensaio sobre o tema, em 1992.

A circuncisão da mulher não é mencionada no Alcorão e não é obrigatória. A circuncisão ainda é usada até hoje no norte da África. Essa mutilação tem a seguinte explicação: a mulher tem apenas o papel de reprodutora, assim sendo, é considerado pecado ela sentir prazer na relação sexual.

Por trás dessa situação há uma ironia trágica. A exclusão feminina não está presente nas fundações do islamismo, mas apenas no edifício que se erigiu sobre elas. O Corão, livro sagrado dos muçulmanos, contém versículos dedicados a deixar claro que, aos olhos de Alá, homens e mulheres são iguais.

Então, quais são as explicações para a opressão das mulheres no Islã?

Os muçulmanos, ao longo dos séculos, assimilaram a prática de formar haréns com os mecanismos de repressão feminina, que eram uma característica marcante daqueles povos. Um dado complicador é que as muçulmanas têm, até hoje, um conhecimento muito vago da lei divina. Aderem ao fundamentalismo atraídas pelos ideais de pureza da religião e, quando ele é instaurado, são surpreendidas por seus rigores - a exemplo do que ocorreu no Irã dos aiatolás.

Se a democracia chegou para as mulheres que vivem sob a égide da civilização judaico-cristã, não há por que ela não possa ser almejada pelas muçulmanas que se orgulham de sua religião.