Israel utilizará o acordo de reconciliação entre a Autoridade Palestina e o movimento terrorista Hamas para minar a campanha em favor do reconhecimento do Estado palestino pela ONU em setembro. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu decidiu lançar uma campanha para que nenhum governo unitário palestino seja reconhecido caso inclua membros do Hamas. Netanyahu viaja nos próximos dias para Londres e Paris com o objetivo de convencer seus interlocutores europeus a não votarem na ONU em favor do reconhecimento de um Estado palestino sem o consentimento prévio de Israel.
O ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, advertiu que a recente reconciliação entre Hamas e Fatah pode levar o movimento islamita a tomar o controle da Cisjordânia. A tese foi apresentada em uma entrevista, na qual Lieberman disse que os esforços para acabar com a divisão política palestina são resultado do temor do Hamas, cujo escritório político tem sua base em Damasco, onde o regime sírio é alvo de manifestações que exigem sua queda. Após o anúncio do pacto, o dirigente do Hamas Mahmoud Zahar disse que o Executivo palestino interino não empreenderá negociações de paz com Israel. Sobre essa e outras questões relativas ao novo pacto de reconciliação palestina, Lieberman manifestou apreensão pela possibilidade de o grupo islamita, que controla a Faixa de Gaza por meio da força desde 2007, fazer o mesmo na Cisjordânia.