O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse ao líder palestino, Mahmoud Abbas, que está disposto a iniciar negociações de paz, durante uma conversa telefônica realizada neste domingo. Este foi o primeiro contato entre os dois desde que Netanyahu assumiu o cargo, no dia 31 de março. Segundo o governo israelense, a conversa foi "amigável" e Netanyahu "relembrou conversas anteriores, episódios em que os dois colaboraram e como ele pretende continuar desta forma para alcançar a paz". Durante sua campanha eleitoral, ele disse estar disposto a negociar com os palestinos, mas seria prematura a criação de um Estado. Em vez disso, ele disse que ofereceria aos palestinos o que chamou de "paz econômica". Netanyahu lidera uma coligação majoritariamente de direita.
O novo primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, precisa agir para evitar que o movimento islâmico radical palestino Hamas se rearme e reforce seu controle sobre a faixa de Gaza. A opinião é do analista Ely Karmon, do Instituto Internacional de Contraterrorismo e ligado à comunidade de inteligência israelense. Karmom afirmou, em entrevista à Samy Adghirni, que o governo de Netanyahu será mais linha-dura que o anterior à princípio. Ele ressaltou, contudo, que o ex-primeiro-ministro Ehud Olmert tomou "várias iniciativas, como a guerra do Líbano [2006] e a ofensiva em Gaza, que não teve desfecho". "O novo governo deve fechar com urgência a fronteira com o Egito, pois o contrabando de armas continua, ajudando o Hamas a controlar a população. O grupo anda tão confiante que vem convidando TVs a filmarem a reconstrução dos túneis", afirmou. Para Karmon, a fórmula da estratégia do novo governo envolve ainda a relação do Hamas com o rival secular Fatah e as negociações com o Egito, que ocorrem em vários planos. "Mas se Gilad Shalit [militar refém em Gaza desde 2006] não for solto e se houver mais disparos de foguetes [contra Israel], o novo governo atacará com mais firmeza".