Conversei com o jornalista Nahum Sirotsky, um dos mais bem equipados correspondentes internacionais, sobre os recentes acontecimentos do Oriente Médio.
Eu lhe manifestei preocupação porque o noticiário divulgado no Brasil tem nítidos sinais de distorção.
Houve coisas ridículas como o desleixo do Jornal do Brasil, em sua página na Internet, estampando, em lugar de título, a recomendação: "Culpar Israel". Mas há exemplos piores, como as contradições de noticiosos da Rede Globo, quer em seu canal aberto, quer na GloboNews.
Seguidamente vão para a tela imagens de um foguete atingindo um edifício em zona residencial, em cujo terraço, o Hizbollah instalara uma plataforma de lançamento, segundo informação do repórter da própria Globo, Marcos Losekan. A informação só apareceu em um boletim. Em seguida escamoteada do noticiário, e a imagem hoje é usada para ilustrar qualquer bombardeio israelense. Ontem mesmo, ao relatar o recrudescimento das ações, a Globo afirmava na chamada que, após 24 horas de calma, Israel havia retomado os bombardeios e, com isso, desencadeado o revide do Hizbollah. No corpo da matéria, entretanto, o repórter Marcos Losekan, afirmava que voltando o Hizbollah a atacar com mísseis, Israel revidara, retomando os bombardeios.
O direito à opinião é de todos. Vivemos em uma democracia. É tão irrestrito quanto o que todos temos, independentemente de nossas simpatias ou ojerizas, a informações imparciais. O impasse para o cessar fogo está em chegar-se a um acordo que não favoreça a imagem do Hisbollah. Seu objetivo único e declarado é a destruição de Israel.
Não há como conviver com isso."São informações objetivas e sem distorções.
Autor: Jayme Copstein - 27/06/2006